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domingo, 11 de novembro de 2012

ZÉ PILINTRA




 
“Zé Pelintra, Zé Pelintra
Boêmio da madrugada
Vem na linha das almas
E também na encruzilhada
Amigo Zé Pelintra
Que nasceu lá no sertão
Enfrentou a boemia
Com seresta e violão
Hoje na Lei de Umbanda
Acredito no senhor
Pois sou seu filho de fé
Pois tem fama de Doutor
Com magia e mirongas
Dando forças ao terreiro
Sarava Seu Zé Pelintra
O amigo verdadeiro”



Esta entidade começou sua missão aparecendo no culto à Jurema, ou Catimbó, na região Nordeste do país, onde estes espíritos eram chamados de Mestres. E, por ter esta característica, Zé Pelintra não aparece em uma gira específica na Umbanda, podendo se apresentar na Linha de Exus, Baianos, e em certos casos, nas de Pretos-Velhos.


Os espíritos da falange de Zé Pelintra são espíritos desencarnados há muitas décadas, que passaram a realizar trabalhos espirituais dentro da Umbanda, na prática da caridade e para o progresso do ser humano.


Com o passar do tempo, Zé Pelintra passou a ser visto na Umbanda como o Chefe da falange de Malandros, por apresentar-se como um espírito "boêmio", "malandro" e brincalhão, que apesar dessas características, trabalha com seriedade, abrindo caminhos, resolvendo problemas financeiros e demais mazelas do consulente, tendo sempre uma palavra amiga, uma ajuda, um trabalho de caridade.


A falange de Zé Pelintra quando incorporados em seus médiuns podem se apresentar de forma brincalhona, dançando muito, elogiando e apreciando as mulheres presentes; mas, por outro lado, em determinados momentos, ficam sérios, parados e apoiados em sua bengala, analisando e observando o movimento ao seu redor.


As vestes nas quais, normalmente, se apresentam os espíritos que compõem essa falange, são o terno branco e gravata vermelha, cravo na lapela, chapéu panamá, com fita vermelha.


Zé Pelintra é uma das Entidades mais ecléticas da Umbanda e para alguns é considerado um Exu, embora não o seja, conforme ele mesmo muitas vezes chega a frisar. Tal comparativo acontece pelo fato de que Zé Pelintra não tem gira específica, manifestando-se muitas vezes nas giras de Exu, confraternizando e realizando trabalhos juntamente com estas entidades, utilizando a mesma energia que seus “compadres” exus para combater e cortar as energias negativas presentes no ambiente.


Zé Pelintra trabalha na prática da caridade, pregando que cada um colhe o que planta, e que o plantio é livre, mas a colheita obrigatória. Seu trabalho realiza-se no âmbito material e espiritual, pregando a igualdade entre os homens e as religiões existentes, já que fundadas todas elas no princípio de que todos somos espíritos em evolução, em graus evolutivos diferentes e, que através da ajuda mútua, nos aproximaremos dos valores reais divinos e vindos dos planos superiores.


Zé Pelintra costuma ser homenageado em festas em que confraterniza com os consulentes e convidados, atendendo a todos sem distinção de raça ou credo, ou condição social


Existem algumas histórias pessoais sobre Zé Pelintra, de que ele viveu no Nordeste, ou no Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, berço da boemia carioca. Não podemos esquecer que as linhas da Umbanda são compostas por vários espíritos, cada um com sua história de vida e encarnações sucessivas, a todos sendo devido respeito pela sua condição de espírito de luz e trabalhador nas searas da caridade.




Autor: Lara Lannes
Equipe Genuína Umbanda



ZÉ PILINTRA






Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho

Duas personagens folclóricas faziam medo às crianças daquele tempo em Bom Conselho, o Papa Figo e o Zé Pilintra. Aterrorizava a meninada quando se falava nestas personagens, onde muitos corriam para dentro de casa a se esconder debaixo da mesa, da cama e por trás do sofá.


Criança nenhuma ousava desafiar os nossos pais quando falavam a cerca destas figuras folclóricas. No meu tempo, a mamãe Nedi era enfática quando pedíamos para brincar a noite na rua, no corre-corre pelas calçadas e no meio da rua de barro batido. Dizia, ela, não vão para o beco da casa de comadre Luisinha Correntão e nem no Beco do Mestre Amâncio e nem no Beco de Pedro Anselmo, pois é perigoso e escuro e se um deles aparecer levam vocês para bem distante e os comem como comemos galinha.


Era uma alerta.


Ninguém desobedecia. Todos ficavam atentos a recomendação, se algum tentava ir para os lugares proibidos era punido com três bolos de palmatória em cada mão.


Às oito horas da noite, no mais tardar, recebíamos o chamamento “para dentro de casa meninos, se não o Zé Pilintra passa e leva vocês”. Saiamos às carreiras e embocávamos para dentro do quarto quando no máximo ficávamos na sala de visitar ouvindo o pequeno radio branco em uma pequena mesa ouvindo a Hora do Brasil, sem nada entender. Muitas das vezes íamos se esconder atrás da poltrona ou embaixo da cama, ou mesmo se agarrar a saia da mamãe pedindo sua proteção e ela colocando a sua mão em nossa cabeça, dizendo para nos acalmar, “ninguém leva meus queridos, antes de passar por cima de mim”.


Ria com aconchego dos três rodeados e agarrados em sua saia.


Acendia o candeeiro e colocava em cima de um tamborete e íamos dormir vestindo um pijama de flanela com bolinhas azuis parecendo mais um palhaço. O urinol branquinho e bem limpo embaixo de cada cama para uma necessidade durante a noite. Advertia olhando para cada um, mijar na cama é pecado e o anjo da guarda não gosta de meninos que mijam na cama. Rezávamos a Ave Maria e o Padre Nosso, e o Santo Anjo do Senhor pedíamos a benção e com um “Deus o abençoe e faça feliz” deitávamos. A gente se enrolava com o cobertor cinza e com lista azul ou vermelha comprada no “quadro” na Loja de Tio Expedito Vieira Belo.


Há algum tempo, quando abri o blog AGD, tive um susto danado. Voltei ao tempo de criança, como um relâmpago. Lembrei-me dos conselhos de minha mãe Nedi, dos conselhos do meu pai Antonio Zuza e de suas preocupações do nosso bem estar. Imediatamente, fui acometido pela “Síndrome do Pânico” a meia noite quando resolvi olhar antes de dormir o AGD.


Fiquei ouvindo a fala dos meus pais no meu ouvido “cuidado, não ande pelos becos escuros, pois o Zé Pilintra está por ai e pode pegar vocês”, este eco ecoava nos meus ouvidos. Qualquer barulho na noite, na rua, as passadas apressadas, trazia-me esta recordação. Aos poucos fui me acalmando e nos meus sessenta e tantos anos de vida, não ia agora ficar apreensivo com estas assombrações que não passavam de uma crendice interiorana.


Pensei enquanto tomava o banho para dormir o “sono dos justos” este nosso Zé Pilintra, que se apresenta no AGD deve ser um bom moço, de boa índole, apenas quer se esconder sob este pseudônimo. Este Zé Pilintra do nosso AGD deve ter um pouco de tudo que se diz do “Zé Pilintra Valentão e Malandro” Veja o texto abaixo.


Zé Pilintra Valentão




“Qualquer um que se aventure a traçar a trajetória de um mito, certamente descobrirá que em torno dele existe um sem números de histórias, muitas delas inverossímeis, entretanto, impossíveis de refutação. O mito sempre se confunde com a realidade e, deste modo, ninguém pode contrariar a fé dos crentes, sob pena de alienar-se do mundo vibrante e mágico que envolve as crenças populares.


Sobre o Zé Pilintra, existem várias histórias contadas de boca em boca, tão cheias de ousadia e mistério quanto às de outros mitos nordestinos tais como o cangaceiro Lampião e sua parceira Maria Bonita; o bandido Cabeleira; o cangaceiro Corisco e tantos outros.


Todos que conhecem ou ouviram falar de Zé Pilintra concordam ao menos em um ponto: ele era um pernambucano “cabra-da-peste” que não levava desaforo pra casa, freqüentava os cabarés da cidade de Recife, defendia as prostitutas, gostava de música, fumava cigarros de boa qualidade e apreciava a bebida.


Contam que nasceu no povoado de Bodocó, sertão pernambucano próximo a cidadezinha que leva o nome de Exu, à qual segundo o próprio Zé Pilintra quando se manifestava numa mesa de catimbó, foi batizada com este nome em homenagem, já que sua família era daquela região antes mesmo de se tornar cidade.


Fugindo da terrível seca de meados do século passado, a família de José dos Santos rumou para a Capital Recife em busca de uma vida melhor, mas o destino lhe roubou a mãe, antes mesmo que o menino completasse três anos e, logo a seguir se pai morreu de tuberculose . José dos Anjos ficou órfão e teve que enfrentar o mundo juntamente com seus quatro irmãos menores. Cresceu no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou-lhe respeito no meio da malandragem. Não apartava nunca de uma peixeira de seis polegadas de aço puro que ganhara de um marinheiro inglês com o qual fizera amizade.


Conta-se que, certa vez, Zezinho, como também era conhecido, teve que enfrentar cinco policiais numa briga no cabaré da Jovelina, no bairro de Casa Amarela.


Um dos soldados recebeu um corte de peixeira no rosto que decepou-lhe o nariz e parte da boca. Doze tiros foram disparados contra Zezinho, mas nenhum deles o atingiu. Diziam que ele tinha o corpo fechado.


Naquele mesmo evento, Zezinho conseguiu desvencilhar-se dos soldados, ferindo-os gravemente, um dos quais veio a falecer dias depois. Antes que chegassem reforços, Zezinho já tinha fugido ileso, indo se esconder na casa do coronel Laranjeira, um poderoso usineiro pernambucano, protetor do rapazote. Contava ele, naquela ocasião com 19 anos de idade e por este fato passou a se chamar Zé Pilintra Valentão. Este apelido foi dado pelos próprios soldados da polícia pernambucana. Pelintra significa pilantra, malandro, janota etc.


Tempos depois de sair do esconderijo, Zezinho agora apelidado de Zé Pelintra Valentão, passou a fazer fama na cidade de Recife. Embora fosse querido por todos que o conheciam, não perdia uma briga e sempre saía vitorioso.


Gigolô inveterado tinha mais de vinte amantes espalhadas pela cidade, das quais obtinha dinheiro para sua vida boêmia. Sempre vestido em impecáveis ternos de linho branco, camisas de cambraia adornadas por uma gravata de seda vermelha e um lenço branco na algibeira do paletó; na cabeça um chapéu panamá e os sapatos de duas cores compunham-lhe o tipo. Não raro poder-se-ia encontrá-lo sobraçando um violão pequenino, indo ou vindo das serestas, dos cabarés e botequins que freqüentava. Nunca lhe faltava dinheiro no bolso, nem amigos para mais um trago.


Aos domingos, todos podiam ver Zé Pelintra Valentão entrando na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no centro de Recife, para fazer suas orações. Dizia-se também devoto de Santo Antônio, lá estava o Zé Pelintra Valentão, impecável com seu terno de casimira, pronto para a procissão pela Avenida Conde da Boa Vista.


A morte de Zé Pelintra Valentão ocorreu misteriosamente. Conta-se que aos 41 anos, ainda muito moço, Zé amanheceu morto, sem nenhum vestígio de ferimento externo. Soube-se, entretanto, que Zulmira, uma das suas amantes, tinha feito um “trabalho” para ele. Tinha um filho, que Zé Pelintra recusava registrar como dele. Zulmira tinha um ciúme doentio de Zé Pelintra, e por causa dela ele já estivera envolvido em muitas brigas e confusões. Ela queria Zé Pelintra só pra si. Assim, contam que lhe dera um prazo de sete semanas para que ele deixasse as outras amantes e fosse para a sua casa no bairro de Tamarineira. Zé Pelintra não foi e acabou sendo envenenado. Zulmira, depois da morte dele, sumiu de Recife e nunca mais se soube dela nem do filho”.


Outros Zé Pilintra se infiltram em nosso folclórico com várias denominações, como Zé Pilintra Valentão, Zé Pilintra da História, Zé Pilintra da Umbanda, Zé Pilintra dos Pontos, Zepelim, Zé Pilintra Demônio, Zé Pilintra da Oração, Zé Pilintra das Almas, Zé Pilintra Malandro, Zé Pilintra Exu cada um age á sua maneira.


FAMÍLIA PILINTRA
Além do Zé Pilintra, há espíritos mentores, como ele, também conhecidos como Antônio Pilintra, Maria Pilintra, João Pilintra, Joana Pilintra, Mané Pilintra e Rosa Pilintra. Mas ainda, há suas qualidades de Zé Pilintras viradas na esquerda, que ganham atributos específicos da vida do Seu Zé, como Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro, Malandro das Almas, Zé da Brilhantina, Malandro da Madrugada, Zé Malandro, Zé Pretinho, Zé da Navalha, Zé do Morro, e por aí vai. Só vale ressaltar que os Malandros não são exus, embora venham na Linha de Esquerda. Ao contrário dos Exus que estão nas encruzilhadas, encontramos os malandros em bares, subidas de morros, festas e muito mais.


Aqui, gostaria de fazer uma especial contribuição sobre uma Guia, multo importante na minha vida mediúnica. A baiana que eu trabalho desde o meu primeiro dia de Filha de Santo, na Umbanda, Sra. JOANA PILINTRA! Trabalho com ela há 5 anos e desde então, aprendi muito com suas histórias. Em vida, foi mãe de 3 filhos. Trabalhou nas louvas de Milho enquanto o marido foi tentar a sorte no ciclo da borracha, nos seringais. Ela sempre se intitula devota de Nossa Senhora da Glória. Solitária mas muito bonachona, penso na Joana quando penso naquelas mulheres de avental, saia, blusa de campanha e lenço na cabeça. Mulher da Lida!! Mão calejada do trabalho da roça e de casa. Mas, à noite, depois do banho, era Senhora Vaidosa. Sempre em seus vestidos de tecidos muito simples, mas rendeiros, Joana só se dedicava, ora aos filhos, ora a comunidade. ‘Rezedeira’, como ela mesma diz, era daquelas que conhecia todo mundo, que era chamada pra ir na casa de todo mundo, mas particularmente na dela, ela não gostava de receber. Dona de uma generosidade sem fim, ao mesmo tempo em que ela pode ser carinhosa e cuidadosa, também já a vi dura e rígida. Como mãe que dá a palmatória certa nas horas que tem que dar. Sua fala é comprida… adora uma boa prosa. Mas quando dá pra falar curto e grosso… hummm. Segura! A língua fica maior do que a boca.


Acho que aprendi com ela e com a Família Pilintra esse lado, ri para resistir!!


Dançar, beber e brincar, sem abusar. Porque a vida não é feita só de excessos… é também senhora da moderação. Com eles, percebi quanto dessa luta e dessa gana sou capaz de reinventar, todos os dias, para eu mesma suportar as peripécias que esse mundo dá. E, ao mesmo tempo, fazer da aflição do outro, um motivo de se motivar e prosseguir, como quem trilha sua própria tristeza e avança. Porque vê no outro e projeta na caridade e generosidade alheia a mesma dedicação e o mesmo esforço que tanto precisa ter e desenvolver na vida para dignar a si mesma.


TIRA TEIMA:






PONTO DE SEU ZÉ PELINTRA:

Será que foi feitiço seu Zé? Pra eu ficar, do jeito que eu fiquei. (bis)
Sete dias andando, sete dias bebendo por aí, só pra ver passar aquela linda mulher. (bis) Olha ela aí seu Zé, olha ela aí, girando assim como dama gira na noite de cabaré!!!(bis)


Zé Pilintra, Zé Pilintra
Boêmio da madrugada
Vem na linha das Almas
e também na encruzilhada

O amigo Zé Pilintra
que nasceu lá no sertão
Enfrentou a Boêmia
Com seresta e violão

Hoje na lei de Umbanda
Acredito no Senhor
Pois sou seu filho de fé
Pois tem fama de doutor

Com magias e mirongas
Dando forças ao terreiro
Saravá seu Zé Pilintra
O amigo verdadeiro


Em qual este nosso Zé Pilintra bom-conselhense está classificado. No meu entender em dois:- Zé Pilintra Valentão e/ou Zé Pilintra Malandro. É isto!


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(*) Tentamos publicar este texto ontem, mas havíamos errado na transcrição do bom texto do Zetinho. Hoje o fazemos, corrigidos estes erros. Desculpas aos leitores, e principalmente ao Zetinho.


Administração da AGD.

Postado por A Gazeta Digital


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